Nevou tanto ou tão pouco durante a noite que o campo relvado em frente ao hotel estava completamente branco. As mesas e cadeiras na varanda da nossa janela prometiam um pequeno almoço gelado!
Após as diligências habituais, foi sair do hotel, bem cedinho, onde o amigo Wyne já trabalhava arduamente para retirar a neve dos degraus de acesso ao hotel. A estrada tinha acabo de ser limpa por um limpa neves, e aqui, ao contrario da europa, os tipos não atiram sal, para a estrada mas sim um espécie de gravilha, a que chamam "grit". Essa informação está presente em quase todos os sinais de velocidade e curvas perigosas com a indicação "ice/grit", ou seja para o verdadeiro tuga se apanhar gelo na estrada já sabe que o grito vem a seguir LOL.
O objectivo do dia era ir à costa oriental, ver uma formação rochosa em forma de bolas, ou ovos, um espécie de cocoon para quem se lembra deste filme. Consegui levar o carro ate a bomba de gasolina à saída da cidade, mas a neve era muita e continuava a nevar. Entrei nas bombas, abasteci o carro e quando fui pagar perguntei ao tipo da gasolineira se iria conseguir chegar ao meu destino com aquela neve toda. O senhor muito simpático deu-me o número grátis do serviço das estradas e disse para ligar antes de prosseguir viagem. Entretanto um outro condutor que ouviu a conversa avisou-me logo que as estradas nas montanhas estavam quase todas cortadas e só la para o meio dia é que se previa que fossem abertas, mas de qualquer maneira que tentasse e desejou-me sorte. Com uma viagem de 260 km pela frente percebi que seria uma loucura tentar contrariar as condições atmosféricas. De qualquer maneira tentei ir um bocadinho mais a frente para este cenário magnifico agora coberto de branco.
Não foi preciso andar muito, apenas uns 4 km para encontrar o primeiro sinal de informação estrada encerrada a 5 km, e pronto as famosas bolas de pedra ficaram para a próxima.
Tentei ainda ir tirar uma fotos de uma ponte sobre o rio shotover, mas assim que saí da estrada principal percebi que sem correntes nas rodas, não iria a lado nenhum, ate uma simples inversão de marcha foi uma aventura com os pneus a não agarrarem a neve.
A rota inverteu-se e foi rumar ao hotel, parquear o carro e prosseguir a aventura a pé.
A volta da cidade tem várias rotas para passeios a pé junto lago, assim como passeios de barco no lago, e até a descida do Shotover num JET.
Com o dia que estava, a melhor solução foi mesmo caminhar, com o abrigo do anorak pela cidade e seus arredores.
O passeio veio a revelar-se encantador pelas vistas da cidade à beira do lago. Fantástico, sendo a imagem da cidade envolvida naquele manto branco extraordinário.
No lago avistavam-se os radicais jet que la iam fazendo as suas manobras 360°, para a loucura dos seus passageiros, indiferentes ao frio e à chuva que esporadicamente se fazia sentir.
Foi entanto que surgiu a ideia peregrina de ir ver os canyon onde se iniciavam aquelas aventuras de Jet. O caminho continuava com neve mas menos muito menos que pela manha, pois a chuva ja tinha derretido uma parte. Foi quase a chegar ao Shotover point, que me apercebi que estava a 2 km da estância de sky de Queenstown, pena não estar aberta seria de certeza um grande dia de sky.
O tempo ao meio da tarde começou a levantar e a neve começou a derreter, numa das mil lojas de venda de excursões, entrei e marquei para o dia a seguir um tour a Milford Sound. Os horários são assustadores para quem está de férias mas era a melhor maneira de visitar este parque natural.